A animação em três dimensões foi a segunda, neste formato que me satisfez plenamente. A primeira foi o curta antecessor La luna que com poesia e nonsense, mostra como uma família tem o trabalho de transformar as fases da lua, lindinho no viés, que dá vontade de levar para casa, para família. A familia em casa com gerações degladiando entre si ou numa mesma geração entre gritos e a vociferar e todos indo a missa/culto como se isso lavasse, purgasse todo instinto assassino, feroz e violento.
No filme principal que abusa dos planos de movimentação para evidenciar a tridimensionalidade, tem roteiro bem consistente, não fica só na pirotecnia do 3D, fala sobre destino e escolha e que apesar de paradoxal, quando se escolhe o próprio destino e não outro que não o próprio, o universo conspira a favor de quem escolheu abraçar com amor aquilo que lhe foi dado. Fala de relações familiares, de conflito de gerações, da possibilidade de coser coisas não muito parecidas para formar algo muito maior. É um filme para adultos, embora stop-motion, embora não seja sinistro como Mary & Max.