sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Pequenas coisas

Do grupo Morpheus teatro 12, a peça em cerca de 4 atos com arremate em loop (pois o maestro do primeiro ato e também protagonista do ultimo), por ser baseada no gesto e reinterpretação dos elementos do palco torna-se bastante complexa e rica em sentido, pois o velho maestro do primeiro ato com seus dois manipuladores, pode ser visto como quem se relaciona com filho ou com anjos ou com suas essências masculina e feminina, mesmo com tanta informação, não existe gesto vazio, cada qual com sentindo, cada gesto expressando um ato, como o gestar, o crescer, o conduzir. Sendo meio maestro, pois parte e mímico, sendo meio maestro, pois a metade inferior não esta e mesmo não estando, aqueles que conduzem o maestro, o fazem como se esta parte estivesse lá.
Noutro ato num banco de praça dois bonecos cada um manipulado por apenas um e são dois um menino e um homem que pode ser pai/filho ou pessoa/criança interior.
No terceiro o relacionamento de dois velhos (mascaras Gigantes) e consumo sendo que até mesmo o manequim serve a jogos de manipulação em ambos os sentidos.
No quarto o relacionamento duma mãe com ela mesma e a filha que não esta presente ( num boneco de cerca de um metro de altura)
No arremate o maestro nos estertores da morte ( a respiração ofegante pode ser vista) e sua filha ao pé duma cama que poderia ser dum hospital e um ser de branco vem resgata-lo e é esplendido, pois ambos caminham para a luz e é belo e triste.
A companhia de teatro consegue o inimaginável que foi aperfeiçoar uma peça belíssima, nos entreatos, na luz, na economia de gestos a ponto de todos eles passar a ter significado. Maravilhosa a peça. Para adultos.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Vamos segar

Hoje conversava com uma descendente de japoneses e traçava a analogia com o japonês aprendido por esta que a maior fora da pais jus sanguinis e a nossa cultura débil por ser tratada como criança. Os descendente de japonês ouviam uma língua japonesa dirigida a crianças, com diminutivos, abrandamentos e léxico próprio, alguma coisa como o nosso balbuciar com crianças (pititinho, quer fazer toto) e ao utiliza-lo com adultos aparentava retardo na busca dos iens. Mas como saber a lingua japonesa como um adulto utiliza se em casa o único japonês usado foi quando criança. De maneira semelhante como culpar as nossas crianças, se os pais cretinos sempre balbuciaram algo de cortesia e educação e gritavam a plenos pulmões má educação, pois todos (ou a grande maioria ) tem medo de ser verdugo, tem medo de impor limites. E nem o pai que tinha essa tarefa chata da disciplina a tem em tempos de separações massivas, hoje essa tarefa é dada a qualquer imbecil que passe na frente dos pais "amáveis e tolerantes", pois sempre que vai ficar bravo é o moço, o cobrador, deus, o papa, a pqp, nunca papai ficará bravo, mas a sociedade como todo esta contra ti meu querido futuro tirano. Não me atrevo a doar meu pátrio poder a qualquer forasteiro e mesmo que seja da minha tribo tem ocorrer muita ponderação. Mas numa sociedade que a escola tem o dever de educar os filhos, não vejo muito utilidade para os pais a não ser fazer mais filhos. A propósito a sega é o ato anterior a semeadura e o agricultor mantém a charrua no trilho.