Do grupo Morpheus teatro 12, a peça em cerca de 4 atos com arremate em loop (pois o maestro do primeiro ato e também protagonista do ultimo), por ser baseada no gesto e reinterpretação dos elementos do palco torna-se bastante complexa e rica em sentido, pois o velho maestro do primeiro ato com seus dois manipuladores, pode ser visto como quem se relaciona com filho ou com anjos ou com suas essências masculina e feminina, mesmo com tanta informação, não existe gesto vazio, cada qual com sentindo, cada gesto expressando um ato, como o gestar, o crescer, o conduzir. Sendo meio maestro, pois parte e mímico, sendo meio maestro, pois a metade inferior não esta e mesmo não estando, aqueles que conduzem o maestro, o fazem como se esta parte estivesse lá.
Noutro ato num banco de praça dois bonecos cada um manipulado por apenas um e são dois um menino e um homem que pode ser pai/filho ou pessoa/criança interior.
No terceiro o relacionamento de dois velhos (mascaras Gigantes) e consumo sendo que até mesmo o manequim serve a jogos de manipulação em ambos os sentidos.
No quarto o relacionamento duma mãe com ela mesma e a filha que não esta presente ( num boneco de cerca de um metro de altura)
No arremate o maestro nos estertores da morte ( a respiração ofegante pode ser vista) e sua filha ao pé duma cama que poderia ser dum hospital e um ser de branco vem resgata-lo e é esplendido, pois ambos caminham para a luz e é belo e triste.
A companhia de teatro consegue o inimaginável que foi aperfeiçoar uma peça belíssima, nos entreatos, na luz, na economia de gestos a ponto de todos eles passar a ter significado. Maravilhosa a peça. Para adultos.